segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O COMPADRE DA MORTE


    Uma vez,um homem estava no alpendre de sua casa quando avistou,no quintal,uma senhora com uma foice na mão e vestida de preto dos pés à cabeça. Quando ele perguntou aonde ela ia,a mulher,que era a Morte,dosse que ia buscar um sujeito que estava com os mminutos vencidos. Como o homem do alpendre tinha muitos filhos,pediu à Morte para batizar o mais novo,que ainda era pagão. Feito isso,a comadre lhe ensinou um meio de ganhar dinheiro fazendo olhadas em doentes:se ela estivessa aos pés da cama,o doente escaparia. Mas,por outro lado,se estivesse na cabeceira,a família já podia encomendar o caixão.
    Com a ajuda da comadre Morte,o homem ganhou muito dinheiro. Mas aconteceu de um dia uma senhora muito rica adoecer. Quando ele foi vê-la,ela já estava nas últimas,e a família,desesperada,oferecia uma grande soma em dinheiro a quem a curasse. O homem,muito usurento,foi fazer a olhada,porém,quando entrou no quarto,viu a comadre na cabeceira,indicando que não havia mais nada a fazer. Acontece que o danado achou de virar a cama ao contrário e a comadre foi para os pés. A moribunda ganhou novo alento e o homem embolsou enorme quantia,deixando a comadre explodindo de raiva.
    Não passou muito tempo e a Morte foi visitar o compadre. Lá chegando,comunicou-lhe que a hora dele havia chegado. O homem implorou tanto que a comadre o deixasse viver mais um pouco,que conseguiu dela a promessa de que viria na próxima quarta-feira,quando ele estaria mais preparado. Assim que ela se,foi ele matutou um jrito de enganá-la. Raspou a cabeça,esperando dessa forma não ser reconhecido. Ainda alertou a mulher para que,quando a comadre chegasse,dissesse que ele viajou e só voltaria na próxima quarta.
    A Morte veio na data marcada e a mulher fez conforme o marido lhe recomendara. A comadre então lhe alertou:
    -Eu voltarei quarta que vem,mas aviso desde já:não dou viagem perdida!
    No dia marcado,o homem,com a cabeça raspada,se meteu no meio de uns mmoleques que brincavam com umas bolinhas de gude. Chegada a comadre, a mulher do espertalhão lhe deu a mesma desculpa. Foi aí que um moleque acertou a bola no careca e gritou bem alto:
    -Matei você! Matei você!
    Aquilo deu uma ideia à Morte,que disse para a comadre:
   -Eu lhe disse que não ia dar viagem perdida. Já que o meu conpadre não está,vou levar aquele careca! -e passou a foice no coitado e carregou-o com ela.
    Com a Morte,não há quem possa!

domingo, 28 de setembro de 2014

ARRANCA-TOCO


    Há muito tempo,viveu um filho que pediu a herança ao pai e,recebendo-a amolou o facão,pegou o bornal a caiu no mundo.Era tão forte que todos o chamavam de Arranca-toco.No caminho,Arranca-toco deparou com outro rapaz,muito forte também,torcendo uns coqueiros "de mão limpa".Por isso era chamado Torce-coqueiro.Após as apresentações,Arranca-toco convidou-o a acompanhá-lo,e ele foi.Mais adiante,avistaram um outro sujeito,que torcia cipós grossos com grande facilidade.Como esse também viajasse,a fim de ganhar a vida,Arranca-toco convidou-o a integrar-se ao grupo e Torce-cipó aceitou.
    Fizeram uma casa na mata e,enquanto dois iam caçar,o outro ficava na cozinha.E haja comida para matar a fome daquele três:tanto fazia boi como boiada!
    Na vez que coube a Torce-cipó cuidar da comida,enquanto o tachofervia,apareceu-lhe um bicho feio dos olhos do fogo,fumando num cachimbo.O bicho,no formato de um dragão com dentes de leão e orelhas de jumento,já chegou berrando:
    -Quero comida!

    Torce-cipó não se assustou:
    -Aqui não tem comida para você!
    O bicho não quis saber:empurrou o rapaz,pegou o tacho ainda quente e revirou a comida fervendo na boca.Em seguida,apanhou todas as brasas do fogão,pôs no cachimbo e saiu fumando.Assim que Arranca-toco e Torce-coqueiro chegaram e perguntaram pela comida,Torci-cipó contou a história do bicho,e o descreveu em detalhes.Torce-coqueiro não se convenceu:
    -Ele tomou a comida porque você não foi homem para encará-lo.Desta vez,vou ficar na cozinha e quero ver se ele faz alguma coisa.
    Enquanto Arraca-toco e Torce-cipó estavam na caça Torce-coqueiro ficou cozinhando,esperando a aparecer.E aconteceu como da primeira vez:após empurrar o rapaz, o bicho foi,pegou a comida quente no tacho,revirou-a na boca.Apanhou as brasas,pôs no cachimbo e foi embora,zombando do derrotado e garantindo que voltaria no dia seguinte.Quando os outros dois chegaram,tiveram  de provideniar outra comida ou passariam fome.Torce-coqueiro,além de contar o desaforo do bicho,transmitiu o recado de que ele voltaria para roubar mais comida.
    No outro dia, com Arranca-toco de quarda,o bicho apareceu para roubar-lhe a comida.O rapaz mandou-o se retirar,mas o desaforado já estava com as duas mãos no tacho quente.Arranca-toco,furios,bateu a mão no facão e,de um só golpe,cortou as duas orelhas do bicho e guardou-as na algibeira.A fera implorou ou moço que lhe devolvesse as orelhas,mas não o comovendo falou:
    -Amanhã você segue esse risco de sangue e entra onde eu entrar;-e recomendou:-mas sem comer nada!
    Quando os outro dois chegaram,perguntaram pela comida,e Arranca-toco lhes mostrou o tacho cheinho.No outro dia ,saíram os três no rumo do risco de sangue e,após muitas horas de caminhada,foram dar num lajedo,que tinha um buraco à semelhança de uma boca aberta,Idearam entre eles quem deveria descer e Arranca-toco foi quem se prontificou a ir atras da fera.Torece-coqueiro,entrão,fez uma corda de muitos metros,e Torce-cip´´ó trançou um balaio enorme.Arranca-toco entrou no balaio e os companheiros,segurando a corda,fizeram-no descer pelo buraco escuro.Lá embaixo,ele viu a fera dormindo,sem as orelhas e,ao seu lado,uma princesa sentada numa cadeira,penteando os cabelos.Ao ver o rapaz,ela perguntou,assustada:
    -Moço,o qie faz aqui?
    -Fui eu que cortei as orelhas do bicho e vim até aqui seguindo o risco de sangue.
    Ela,então,implorou:
    -Vá embora,pois quando o bicho não encontra o que comer devora uma pessoa viva para compensar.
    Mas Arranca-toco não se intimidou e,apesa das negativas,convenceu a moça a entrar no balaio e fez sinal aos companheiros para que o puxassem.À princesa ele disse que subiria por último.Mas qual!Quando os falsos amigos de Arranca-toco viram aquela moça tão bonita,arremessaram o balaio com corda e tudo dentro do buraco,imaginando que ele lá dentro,morreria de fome ou devorado pela fera.Notando a traição dos dois,Arranca-toco,sem ter para onde ir,sentou-se na cadeira da pricesa e esperou o dragão acordar.Acordando,o bicho reconheceu,de cara,o algoz:
    -Moço,o que faz aqui?Devolva minhas orelhas!
    -Só as devolvo se você me tirar daqui e me deixar no reino da princesa.
    O dragão,não vendo outra saída,pediu ao rapaz que montasse em suas costas e fechasse bem os olhos,só os abrindo no reino para onde os dois traidores levaram a moça.Arranca-toco fez conforme o combinado,e o dragão,que cumpriu sua parte no acordo,recebeu de volta as orelhas,e as recolocou no lugar.
    Na cidade,o movimento era grande,e Arranca-toco soube,por um criado do rei,que o soberano estava promovendo uma festa em homenagem a dois moços que salvaram a princesa do dragão.Apesar de a moça dizer que não foram eles,ninguém lhe dara crença,e os dois receberiam como prêmio metade do tesouro real.Porém Arranca-toco entrou no palácio, os traidores se apavoraram e foi descoberta a farsa.O rei,revoltado com a mentira,mandou Torce-coqueiro e Torce-cipó para a forca.já Arranca-toco casou com a princesa,com quem viveu até o resto de seus dias.
    

O COELHO MEDONHO


      Certa feita houve uma festa e o coelho,contando vantagem para os outros bichos,disse que ia montado na onça.Como era de esperar,ninguém acreditou.
      Chegamdo o dia da festa,a onça passou na casa do coelho para chamá-lo:
      -Vamos comigo pra festa,amigo coelho.
      -Não posso,amiga onça,pois quebrei a perna e não consigo andar.
      A onça,que tinha segundas intenções,não desistiu do convite:
      -Sendo assim,eu levo.Monta na minha cacunda.
      
O coelho recusou, dizendo que cairia,sem tem em que segura.Mas a onça tando insistiu que ele montou e se esparrachou no chão.Então,convenceu a onça a deixá-lo pôr uma sela,o que coseguiu com muito esforço.Posta a sela,o coelho montou na onça e tornou a cair.Aí,disse que tinha que tinha de colocar uma bride,mas a onça enfunou,sem querer consetir.O coelho disse que machucara  a outra perna,pois mesmo com a sela não tinha onde segurar.Resutado:pôs a bride,montou e tornou a cair.

      -Amiga onça,agora faltam as esporas,pois não tenho onde ficar as pernas.
      Mais que das outras vezes,a onça deu a testa.Porém,como estava morta de vontade de comer o coelho,acabou aceitando,desde que ele descesse antes de chegar ao local da fezta.
      O coelho calçou as esporas e desta vez se firmou,indo em trote lento na direção da festa.Quando estava chegando,a onça pediu que ele descesse,mas o danado,fazendo-se de besta,encalcou a espora no bucho da malvada.Na entrada,ele amarrou a onça no mourão pra ela não fugir.Os bichos,nem é preciso disser,ficaram todos espantados.Terminada a festa,nenhum bicho quis segurar a onça para que o coelho a montasse.Mesmo assim,ele pulou na cacunda dela,puxou a rédea e encaucou de novo a espora.Perto de casa, o coelho se pendurou num galho e a onça seguiu rumo à toca,toda agitada.Já chegou gritando:
      -Ô ,eus filhos,agarrem esse coelho malandro!
      Mas os filhos da nça respondiam que não havia nenhum coelho.Foi quando ela de deu conta que ele estava já muito longe.
      Passou o tempo,e o coelho,com medo da onça,mudou de casa e passou a morar num buraco.Um dia,os filhotes da onça foram procurá-lo para avisar a mãe avia morrido.O coelho para se certificar, foi até a toca da bicha e lá a encintrou estirada,parecendo morta mesmo.Perguntou aos filhotes:
      -Ela já soltou vento?
      -Não!...
      -Então ainda está viva,pois,quando morre,a onça solta vento.
      Imediatamente a onça soltou um vento e o coelho,percebendo a cilada,esticou na carreira,sumindo no mato.Tempos depois,aproveitando-se de um estio violento,a noça foi fazer vigia na única fonte que não havia secado.Desta vez,o coelho se viu apertado.Por sorte,perto de onde ele morava ia passando um tropeiro com umas cargas nuns burros.Amarrada na carga ia uma cabeça de mel.O coelho atocaiou,arrebatou a cabeça,caindo com ela no chão,quebrando-a e se lambuzando todo.Depois,rolou sobre as folhas e,coberto com ela,ficou irreconhecível.Chegando à fonte,a onça deixou-o beber,sem problemas.Depois perguntou:
      -Ô,amigo Folhaço,você não viu o amigo coelho?
      -Não,não vi-respondeu.Depois,entrou na água e as folhas desgrudaram do seu corpo.A onça,vendo-se enganada mais uma vez,ainda tentou agarrá-lo,mas o coelho tento